Zen Pencils 218. Edgar Allan Poe: Procrastinação


O melhor livro do mundo
Nós temos uma tarefa à nossa frente que deve ser rapidamente executada.
Nós sabemos que atrasar será desastroso.
A mais importante crise em nossas vidas nos chama ao som de trombetas para a ação imediata.
Nós brilhamos, nós somos consumidos pela ânsia de começar o trabalho…
…com a antecipação de resultados gloriosos que fazem nossa alma ficar em chamas.
O melhor escritor do mundo
Ela precisa, ela deve ser executada hoje…
…porém…
…nós a adiamos até amanhã, e porquê?
Não há resposta, a não ser que nos sentimos perversos, usando a palavra sem compreender seus princípio.
O amanhã chega, e com ele uma ansiedade mais impaciente para fazer nosso dever…
…mas com este aumento da ansiedade, também chega um amedrontamento abismal e inomeável que anseia pelo atraso.
Essa ansiedade junta forças à medida que o tempo voa.
A hora final de ação
está ao seu alcance.
Nós trememos com a violência do conflito dentro de nós, entre o definitivo e o indefinitivo…
… da substância…
…com a sombra.
Mas, se a disputa se alongou até agora, foi porque a sombra predominou.
Nosso esforço foi em vão.
O relógio badala
como que soando à
nossa prosperidade.
Ao mesmo tempo ele serve de aviso…
…para o fantasma que a muito nos aterroriza.
Ele voa…
…ele desaparece…
…nós estamos livres.
A velha energia retorna.
Agora nós trabalharemos.
Porém…
…é muito tarde!

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O texto foi extraído de “O Demônio da Perversidade”, de Edgar Allan Poe e fala sobre os impulsos perversos e autodestrutivos que existem dentro das pessoas e que fazem as pessoas evitarem a responsabilidade por suas ações.

Texto © Edgar Allan Poe
Arte © Gavin Aung Than
Tradução © Uninuni.com

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