Sabe o que sempre me incomodou no Brasil? A idéia de que “se é nacional não é bom!”
O Brasil só tem direito a exportar futebol e petróleo, são as únicas coisas que o Brasil tem que presta. O que eu acho triste.
Ai leio no jornal que morreu João Gurgel, o empresário que tentou construir uma marca de carros 100% brasileira e foi a falencia exatamente pela politica economica do Brasil.
Queria eu que o Brasil tivesse um pequeno impeto nacionalista que os militares da ditadura tinham (a unica coisa que achava valida na ditadura era o impeto nacionalista, visto que se não houvessem eles este ímpeto, não haveriam criado a tecnologia do alcool da cana de acucar, já que o Brasil, um paí soberano, não poderia ficar refem do pretróleo estrangeiro, e hoje eh carro chefe em combustivel limpo e renovável…)
Mas não, brasileiro continua com complexo de vira-lata, penalty e topper são ruins, nike e addidas é bom…
Resultado desses anos e anos de marcas nacionais a revelia do Governo federal? Hoje são poucas as marcas brasileiras que podem concorrer no mercado mundial.
É triste para mim, como alguem que gosta do Brasil, ver que o importante está lá fora. Que visionários como o Sr. Gurgel tem que brigar contra o próprio país para ter seu lugar ao sol. (afinal, a Gurgel foi pro buraco quando quando o presidente Fernando Collor baixou o imposto para motores de 1.000 cm³ de cilindrada, usados nos carros importados enquantos os de 800 cm³ do senhor Gurgel continuavam com impostos altos).
Odeio a apatia brasileira e as vezes sinto vontade de ir embora, não por causa do Brasil, mas por causa do brasileiro.
não àtoa existe um ditado que diz: Deus criou uma bela terra chamada Brasil e deu a ela um grande defeito, o brasileiro.
Mas voltando ao assunto Gurgel, vagando pela net achei esse documentario feito por alunos daUSP sobre a marca Gurgel e acho que todo brasileiro que se preza deveria assisti-lo e refletir um pouco sobre a nossa sociedade taxativa e que faz questão de ficar refém dos outros que fazem.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Até a próxima.
No site http://blog.estadao.com.br/blog/jc/?title=adeus_genio&more=1&c=1&tb=1&pb=1#comments alguém escreveu:
“Comentário de: Conhecedor [Visitante]
04.02.09 @ 08:49
É interessante como o Gurgel conseguiu criar essa aura de semi-deus sendo como foi. Pelos posts aqui, as pessoas tem a imagem que o Gurgel foi um injustiçado, um empresário espetacular e um homem que não teve nenhum apoio. Repetindo, eu convivi com ele por 40 anos. Não é nada disso. Ele era um engenheiro genial. Disso não há dúvida. Suas soluções técnicas eram apreciadas por todos, incluindo as montadoras. Fora isso, ele foi um empresário lamentável.
Gurgel mantinha a famosa casa de hóspedes em seu sítio próximo da fábrica. Aquilo vivia lotado de políticos de todos os tipos, todos muito bem agraciados para garantir vantagens fiscais e financeiras à Gurgel. Nunca houve falta de dinheiro público. O próprio BNDES colocou dinheiro a fundo perdido (FUNDO PERDIDO) para financiar as pesquisas da fábrica. Hoje falam aqui que havia falta de dinheiro público. O Sr. Gurgel prosperou na fase do regime militar, anos 70 e 80, regime este que adorava apoiar empresários brasileiros. O Sr. Gurgel foi um desses empresários.
Gurgel não prosperou porque era impossível trabalhar com ele. Ele era extremamente centralizador. Nunca nada o que as pessoas faziam estava certo. Cansei de ver ótimos engenheiros serem contratados e pedirem a conta no mês seguinte porque o Gurgel os tratava mal, não lhes dava liberdade para nada e interferia o tempo todo no que estivessem fazendo. Dessa forma, os bons iam embora e Gurgel ficava cercado de bajuladores e puxa-sacos incompetentes, que era o que de fato o agradava.
Não existia custos na Gurgel e não foi feito projeto de viabilidade econômica para o 0800. Se fosse nos dias de hoje, a Gurgel Motores não teria como ter aberto o capital na bolsa. O objetivo do Sr. Gurgel era que o 0800 custasse 60% do preço do Fusca. De onde ele tirou esses 60% ninguém sabe. Era impossível fabricar, com a escala pretendida de 50.000 veículos anuais, algum carro mais barato do que o Fusca. Mas custo não importava ao Sr. Gurgel, apenas a notoriedade.
As montadoras gostavam do Sr. Gurgel, ao contrário do que muitos dizem aqui. Ele nunca foi competidor de montadora nenhuma e nem o seria com o carro popular. Todos o consideravam mais um visionário capaz de fazer muita articulação política e incapaz de administrar qualquer empresa. E era isso mesmo. Ele era amigo pessoal do Sr. Wolfgang Sauer, presidente da Volks, que vendia muitos chassis e motores para a Gurgel.
Tem muito mais mas chega… vamos deixar Gurgel descansar em paz e os amigos aqui, que acompanharam tudo pela mídia, acreditar que ele foi um gênio injustiçado. Parte de sua família, entretanto, continuará morando nos EUA, onde estão os recursos patrimoniais e onde os processos criminais que correm na justiça brasileira não poderão alcançá-los.”
olá
vendo e lendo, me lembrei que este é somente mais um dos descaso de nossas governanças, em toda esfera política. Não sei se você conhece o aeromóvel? Pois bem, é um projeto de uma empresa de São Leopoldo/RS, que tanto é que foi instalado na capital gaúcha, um exemplar que a anos está desativado. Uma tecnologia dos anos 80 que acabou sendo vendido o projeto para o Japão, onde serviu de base para o trem bala. O que o país pegou em troca? A sucatas de metros deles.
Mas falando do Gurgel, algo que possa passar desapercebido, mas foi com BR 800, tivemos o primeiro carro econômico, isto é fazia entre 14 a 16 km/litro. O que também era uma novidade no início dos anos 90. Claro que não era só maravilhas o carro, mas os carros de hoje vem com inúmeros defeitos, só que são um pouco mais confortáveis que o BR 800.
Olá!
Gostaria muito de ter a parte 5 e 6 do documentário da Gurgel.
Como posso conseguir estes arquivos?