Renato Russo e Descartes


Descartes é famoso pela sua frase “Penso, logo existo”, tradução dos originais “Je pense, donc je suis” (Eu penso, logo eu sou) e “Je suis, j’existe” (Eu sou, eu existo). Ele buscava estabelecer uma base sólida para a ciência / para o conhecimento e então passou a duvidar de tudo que pudesse ser minimamente falso. Por exemplo, como saber se algo que se enxerga existe de fato ou é um sonho ou uma alucinação? Ele então fez uso da metáfora de um gênio maligno que poderia criar ilusões em sua mente e assim ele não poderia mais saber o que é real. Assim sendo, no que seria possível ele acreditar uma vez que não é mais possível confiar em seus sentidos (enxergar, ver, ouvir)? A conclusão que ele chega é que, mesmo que todo o mundo seja falso, ele está pensando, logo o pensar é algo verdadeiro do qual não se pode duvidar. Descartes conclui que ele pensa e assim ele existe.

Na letra da música Sereníssima de Renato Russo encontramos os versos:
[…]
Não estou mais interessado no que sinto.
Não acredito em nada além do que duvido.
[…]

A letra da música me remeteu à essa ligação com o trabalho feito por Descartes, que deixou de lado aquilo que ele sente, para acreditar apenas no pensamento, o qual era, no momento, o de duvidar de tudo.

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